sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Tudo como dantes...

A história contada por um inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Catarina durante entrevista na rádio CBN/Diário parece que não colou. Alguém esqueceu de combinar com a direção da PRF em Brasília.

Na terça-feira, quando o número de mortos nas estradas federais no Estado já chegava a 18 — três a mais que o registrado no ano passado durante o Carnaval — o policial rodoviário revelou que a data de início da operação divulgada por meio de release à imprensa estava errada.

Comentei isso num post anterior, você lembra.

O texto dizia que a operação tinha início à 0h de sexta. A informação teria sido divulgada de maneira equivocada pelo agente federal que digitou o texto. Segundo o inspetor, orientação da PRF no Distrito Federal (que coordena as ações no país) definia a 0h de sábado para o começo da operação nas estradas em todo o país.

Com esta simples mudança, os sete mortos nas rodovias federais catarinenses na sexta-feira deixariam de ser contabilizados no balanço do Carnaval. O número de vítimas cairia para 11.

Uma redução e tanto para a PRF, sendo que as chances de ter um número total de mortos menor que o registrado no mesmo período em 2008 (15) aumentavam.

O alto escalão da rodoviária federal também teria determinado o fim da divulgação de dados preliminares — número total de mortos, feridos, acidentes, etc — até o final da operação especial durante os dias de folia.

A operação acabou à 0h de quinta, dia 26. Logo cedo, o diario.com.br — comprovando que jornalistas têm a capacidade de somar — já adiantava o total de mortos nas BRs.

À tarde, a PRF divulgou os números oficiais. Diferente da versão contada pelo inspetor catarinense, as ocorrências da sexta-feira — quando sete pessoas morreram nas BRs —, foram incluídas no balanço da Operação Carnaval 2009.

E agora, José? O que será que causou este ruído na comunicação na PRF?

Números da Operação 2009

Rodovias Federais: 19 mortos (4 a mais que em 2008)
Rodovias Estaduais: 8 mortos (4 a mais que em 2008)

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