sexta-feira, 20 de março de 2009

Servidor esforçado

Numa das rondas matinais, quando ligo para centrais de polícia em busca de informações sobre as ocorrências mais relevantes da madrugada, fui surpreendido pela postura de um servidor público, cujo salário é pago com o suor deste trouxa (sim, foi como me senti!) que aqui escreve.

— Bom Dia, quem fala?
Silêncio de uns cinco segundos, seguido por um suspiro do outro lado da linha.
— XXXXX.
— Olá, XXXX, tudo bem? Sabes me dizer se houve alguma prisão ou apreensão relevante nessas últimas horas?
— Pô cara, estamos dormindo. Ligue mais tarde e fale com o pessoal do próximo plantão. Agora estou aqui no alojamento, nem tenho como te dar as informações.
Pausa no telefone do lado de cá.
Fiquei sem reação por alguns segundos, respirei fundo e mandei:
— O problema é que quando eu falo com o pessoal do plantão seguinte, eles reclamam que eu deveria ter ligado antes, e falado diretamente com vocês, que acompanharam as ocorrências da madrugada. Cada um diz uma coisa!
— A madrugada foi agitada. Trabalhamos durante todo o tempo.

O servidor público aparentava estar "chateado" porque trabalhou. Que pérola!

Contrariado, resolvi cutucar:

— É essa a orientação que a direção passa pra vocês?

O prestativo policial devolveu:

— É, liga mais tarde. (Desligou o telefone)

Detalhe: Agente da Polícia Civil numa das cidades mais violentas de Santa Catarina.

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